Pessoas que gastam com experiências são mais felizes do que quem gasta comprando, diz pesquisa

Você se sente feliz ao sair do shopping repleto de sacolas? Acha que ter o sapato da moda ou aquela TV de 95 polegadas vai dar sentido à sua vida? Pois então pare. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Cornell, em Nova York (EUA), revelou aquilo que muitas pessoas já sabiam: gastar com experiências é capaz de te fazer mais feliz do que gastar comprando coisas.

“Um dos inimigos da felicidade é a adaptação”, diz Dr. Thomas Gilovich, professor de psicologia que estuda a questão do dinheiro e felicidade por mais de duas décadas. “Nós compramos coisas para nos fazer felizes e ter sucesso. Mas isso apenas funciona por um tempo, pois coisas novas são excitantes no início, mas depois nós nos adaptamos a eles.”

Para provar que a adaptação afeta a felicidade, os pesquisadores pediram que as pessoas fizessem um relato da própria felicidade listando seus principais bens materiais em comparação com as experiências (como as viagens). Inicialmente, sua felicidade com essas compras foi classificada alta, mas ao longo do tempo, a satisfação das pessoas com as coisas que eles compraram caiu, ao passo que a sua satisfação com as experiências aumentou.

Então ao invés de comprar o mais recente iPhone ou um carro novo, Gilovich sugere que você será muito mais feliz se gastar dinheiro com experiências como ir a exposições de arte, praticar atividades ao ar livre, aprender uma nova habilidade ou, obviamente, viajar.

“Nossas experiências são uma parte maior de nós mesmos do que nossos bens materiais”, diz Gilovich. “Você pode realmente gostar de bem materiais e pensar que parte de sua identidade está ligada a essas coisas, mas mesmo assim elas permanecem separadas de você. Por outro lado, suas experiências são verdadeiramente parte de você. Nós somos a soma total de nossas experiências”, disse o pesquisador.

O estudo conduzido por Gilovich ainda mostrou que, se as pessoas têm uma experiência que tenha impactado negativamente sua felicidade, uma vez que tenham a oportunidade de falar sobre isso, sua avaliação sobre essa experiência vai para cima. Gilovich atribui isso ao fato de que algo que poderia ter sido estressante ou assustador no passado, pode se tornar uma história engraçada para contar em uma festa ou ser usada como experiência de construção de caráter e aprendizado.

Outra razão é que as experiências compartilhadas nos conectam mais com outras pessoas do que o consumo compartilhado. Ou seja, é muito mais provável que duas pessoas que passaram férias juntas em Bogotá sejam mais ligadas do que duas pessoas que foram juntas comprar roupas no shopping.

“Nós consumimos experiências diretamente com outras pessoas”, diz Gilovich. “E depois que passam são parte das histórias que contamos uns aos outros.”

Fonte: Fast Company